terça-feira, 10 de agosto de 2010

Semente

Quando morrer eu desisto


de desatar aflito

o nó bonito

o não finito

que só faz crescer.


Com serena calma

tempo na palma

nas mãos da alma

vai madurecer.


O que é obscuro

fruto imaturo

casco duro

vai amolecer.


Até lá eu procuro

em toda a parte

e só acho a arte

pra me preencher


É inexplicável

é intraduzível

o banquete invisível

ao anoitecer.


Quando morrer eu desisto

enquanto viver eu insisto

em tentar nascer.

2 comentários:

  1. Belo, sensível... foi que senti. Parabéns!!!
    Tá na hora de publicar a sua obra, o livro, claro está!
    Abraços

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  2. Já disse uma vez ao Fábio que o nome deste blog vem muito a calhar. Sua poesia tem uma musicalidade envolvente, a sonoridade e o tema combinam harmonicamente. Às vezes penso estar ouvindo um violão tocando uma bossa nova por detrás dos poemas. Parabéns!

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