segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ecos

Palavras e sons

sementes e frutos.

Humanos a esmo

pequenos eunucos

que plantam e colhem

a vida voraz

que vivem e morrem

em guerra e em paz.


Na roda gigante

valsa do tempo

formigas famintas

buscando alimento

barrigas vazias

a todo momento

almas sedentas

feliz sofrimento.


Homens humanos

persas espartanos

russos americanos

indus e ciganos

incas cubanos

fulanos ciclanos

tantos e tantos!

ledos enganos.


Sois simples joguetes.

Complexos inventos

pra lua foguetes

mas sarnas nos becos.

Incapazes

alternativas ineficazes.

Indigentes.

Sois simples joguetes.


São apenas gerados

espontânea vontade.

São santos louvados

santa entidade

Papas paparicados

aparente verdade.

O pecado é perene

a ciência é vaidade.


Sou simples joguete

com letras na mão

estilhaços de alma

buscando o chão.

Anônimo operário

sequer feio ou bonito

preocupado com horário

me lembrando do infinito

...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Grão de areia




Lá no futuro
olhei pro passado
ouvi o murmuro
leite derramado
areia esvaída
verbo conjugado.

Tentei segurar
não foi mais seguro
o tempo é hoje
saudoso fruturo
se hoje está verde
foi ontem maduro.

Lembrei do presente
perdido na hora
triste e contente
repouso na aurora
aprendi que a vida
se vive no agora.

Voltei pro passado
que vã alegria
então empolgado
pensei que sabia
mas o eterno legado
esvai dia a dia.

Ingênuo fui, sou, serei
se erro hoje, amanhã errarei
errei no ontem, quando pensei
que se sei de alguma coisa
alguma coisa sei.

A única máxima
a única verdade
não é privilégio
não é raridade
independe de estudo
independe de idade:

Mesmo quem ignora
já nasce sabendo
que outrora ou agora
é implacável o tempo
nunca se explica
é algo de dentro.


créditos da imagem: Diogo Martinez

Sol que Renasce


Ouço o sussurro suave do som,

sinto sóbrio o sabor, sol sustenido.

O sensível sacia o insaciável.

Metáfora mítica:

algo invisível que mata minha fome,

molha minha sede.

Maravilha imortal que mexe muito,

mima a mente machucada,

mente um mundo melhor.


O regente recalcado ruge

e a batuta rasga o ar,

rompe-se a calmaria

e os violinos choram feito mãe que perde o filho.

Vagaroso vício voraz,

vou vendo com ouvidos

as imagens mais agudas

tantas cores vivas, vívidas pinturas

ofuscam o meu coração.


Confusão dentro de mim,

uma gota da minha alma

salta pelos olhos,

desliza na minha carne

mas meus poros a bebem sem pressa.

Recomponho-me com esta

e outras partes de mim

que haviam se partido.

Estou vivo novamente.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Nevilton - O rock respira


Em meio a deplorável "tsunami" colorida que tem devastado a cultura musical dos jovens brasileiros, boas surpresas: há sobreviventes!
O trio de Umuarama/Pr, Nevilton de Alencar, vocal e guitarra, Tiago Inforzato, baixo e backing vocal e Éderson Abreu, bateria e backing vocal, demonstra que tem talento e disposição para fazer a banda Nevilton resistir a todas as dificuldades do cenário musical brasileiro.
Com uma "pegada" firme suas músicas demonstram um vigor contagioso e suas letras inteligentes mostram que não basta aumentar o volume, tem que ter algo interessante para dizer. A banda mantém um bom crescimento e já alcança um destaque considerável na cena rock brasileira. A banda esteve na festa de aniversário da revista Rolling Stones Brasil e abriu o show do Green Day em São Paulo ano passado. Além disso será a banda do próximo episódio do programa da MTV Brasil, "Tem uma banda na nossa casa" que vai ao ar no próximo fim de semana.
Vale a pena conferir o som do grupo, mais que recomendado.




quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

To be

If I were not a poet?

Would I fell the taste of the world?

Or would I spend my life...

paying for fulminant pleasures?

Now I wonder,

everyone is poet.

No one lower tha Pessoa.

what happened?

Some forgot to feel,

or they felt too much

and forgot to be.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Se ser tivesse sido

E se não fosse eu poeta?

Sentiria o sabor do mundo?

Ou passaria a vida...

a pagar prazeres fulminantes?

Penso cá com meus botões,

todo humano é poeta.

E não há um sequer,

menor que Pessoa.

Ocorreu que alguns

esqueceram de sentir

ou sentiram demais

esqueceram de ser.


terça-feira, 10 de agosto de 2010

Semente

Quando morrer eu desisto


de desatar aflito

o nó bonito

o não finito

que só faz crescer.


Com serena calma

tempo na palma

nas mãos da alma

vai madurecer.


O que é obscuro

fruto imaturo

casco duro

vai amolecer.


Até lá eu procuro

em toda a parte

e só acho a arte

pra me preencher


É inexplicável

é intraduzível

o banquete invisível

ao anoitecer.


Quando morrer eu desisto

enquanto viver eu insisto

em tentar nascer.